A sigla BIM está se tornando cada vez mais difundida na realidade do mercado brasileiro da construção. Entretanto, ainda existem muitos desentendimentos e mitos a respeito dessa tecnologia.
Podemos entender o BIM (Building Information Modelling, traduzido como Modelagem da Informação da Construção) como “uma tecnologia de modelagem associada a um conjunto de processos para produzir, comunicar e analisar modelos de edificações”. Essa definição é dada por Chuck Eastman no seu livro intitulado BIM Handbook e é bastante aceita no mercado. Para ilustrar, podemos imaginar que tal tecnologia permite que a edificação seja totalmente construída virtualmente, permitindo visualizações de qualquer ângulo, extração de informações diversas e realização de simulações para assegurar o seu desempenho.
A definição destaca a ideia de um “conjunto de processos”: dessa forma, é importante entender que a criação dessa “construção virtual” só será realizada de maneira satisfatória e objetiva se estiver alicerçada em processos estruturados, consolidados e documentados.
Ao analisarmos uma edificação no mundo real podemos concluir que ela é formada por diversas informações. Uma parede, por exemplo, apresenta dimensões geométricas (largura, altura, espessura), informações térmicas (resistência e atrasos térmicos, emissividade, etc), quantidades de material (alvenaria, argamassa, pintura, etc) e assim por diante. É imprescindível, portanto, definir quais dessas informações são relevantes para o processo de projeto em questão e quem é o responsável por disponibilizá-las.
Com um processo bem estruturado e conduzido por equipes responsáveis e experientes é possível proporcionar diversos benefícios da tecnologia para o proprietário da edificação:
É perceptível que a tecnologia BIM, se bem empregada com seus processos e metodologia, tem um grande potencial de aprimorar antigas deficiências do setor da construção civil no Brasil. Tanto é que em maio de 2018 o governo federal lançou a Estratégia BIM BR para organizar o processo de disseminação da tecnologia nos órgãos públicos e de ensino do país, seguindo o caminho trilhado por nações como o Reino Unido, Singapura e Finlândia. Resta ao mercado e os envolvidos no processo atentarem às transformações e se adequarem à nova realidade.